quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Selecção Nacional

Olá,

No seguimento do anúncio da convocatória da selecção Nacional e depois de mta controvésia no turbogal decidi que o Water Polo Tuga também deveria dar o seu contributo positivo para esta questão.

Penso que o pólo aquático em Portugal não tem tido grande evolução. Vemos os restantes desportos colectivos amadores a vingarem sozinhos, como o rugby, o volei ou o andebol e do pólo aquático ninguém ouve falar.

As condições são cada vez melhores, com mtas piscinas e infra-estruturas por todo o país e as escolas também andam por aí com novos clubes e com muita formação. No entanto, os resultados internacionais masculinos andam no mesmo marasmo há mais de uma década.

Pode ser que estejamos à beira de uma viragem e finalmente nos dediquemos todos, unidos, a este grande desporto.

Quanto a esta convocatória para a selecção, o seleccionador de certeza que tem mais informações sobre os jogadores que qualquer um de nós. Aliás, é inacreditável a falta de informação sobre pólo aquático em Portugal. O site da federação portuguesa de natação é uma vergonha e nem sequer nos é disponibilizada uma lista com as características dos jogadores, (idade, altura, peso, posição etc.).
Decidi fazer um estudo das idades desta convocatória e foi mt difícil obter esta informação dos convocados (tive de andar a pesquisar hi5 e antigos sites de clubes). Mas lá consegui as idades da maioria dos jogadores que aqui vos deixo (se houver algum incorrecção agradeço que me informem):

RUI MOREIRA (SCS) – 30 anos
GILBERTO LOBO (SCS) – 39 anos
TIAGO COSTA (SCS) – 31 anos
JORGE LOPES (SCS) – 19 anos
TIAGO MOGADOURO (SCS) – 19 anos
MIGUEL MARIANI (SCS) – 19 anos
DANIEL GRACIO (PORTINADO) – 24 anos
RICARDO SOUSA (SSCMP) – 19 anos
HUGO MOTA SSCMP (22 anos ou mais novo)
ANTÓNIO CERQUEIRA (SSCMP) (22 anos ou mais novo)
GONÇALO ABRUNHOSA (CNA) – 24 anos)
JOÃO SILVA (CNA) – 26 anos
IVO BARBOSA (CNA) – 19 anos

JOÃO SILVA (SSCMP)
FILIPE MONTEIRO (CDUP)
CARLOS AZEVEDO (CDUP)
JOÃO FARINHA (CFB)
JORGE MOTA (CPN)

O que nos dá uma média de idades actual de 24 anos. Penso ser uma média adequada, no entanto, colocando mais 5 anos em cima, uma vez que o objectivo é 2012, e temos uma média de idades de 29 anos para os jogos olímpicos.
Esta sim já me parece ser um pouco elevada, no entanto, uma vez que dos convocados, mais de metade tem abaixo dos 25 anos penso que deste ponto de vista está uma convocatória equilibrada, aliando a experiência dos mais antigos com a força e garra dos mais novos.

Quanto às características físicas, devido a uma total ausência de dados, é impossível fazer uma análise mais aprofundada.
Apesar de tudo e de um ponto de vista teórico, somos uma equipa pequena e leve, principalmente quando comparados com as grandes potências do pólo aquático internacional.
O Pólo Aquático é um desporto de contacto, logo a capacidade física é fundamental para o equilíbrio entre duas equipas sendo depois o domínio táctico e vantagem técnica a desequilibrarem o jogo e este pender para a melhor equipa.
Esta vantagem física é mais notória em certas posições, nomeadamente pivot que necessita de um jogador possante que consiga claramente fazer a diferença no 1 contra 1.
Acrescendo a isto o facto de grande parte do jogo actual de pólo aquático passar por esta posição (nomeadamente na tentativa de se conseguir uma expulsão do adversário), penso que seja fundamental olhar com atenção para esta posição e descobrir novos talentos no pólo aquático português, treinando-os de acordo com as regras internacionais de pólo aquático.

Esta questão das regras conduz-me para, na minha opinião, o maior obstáculo à evolução do pólo aquático nacional, a arbitragem.

Se se tratassem apenas de picardias locais ou regionais (como em alguns jogos da 2ª divisão e tb na 1ª) a coisa ainda ia passando, no entanto, a ausência de critérios, formação e noção do pólo aquático internacional por parte dos árbitros portugueses está a contaminar o estilo de jogo português, continuando-se a insistir nos centrais voadores e na interminável e ineficaz luta central-pivot, sendo necessário um esforço hercúleo para “sacar” uma expulsão. O ridículo disto tudo é que basta ver um ou dois jogos internacionais para se verificar a enorme diferença nos critérios de arbitragem.
Talvez por isso é que quando a LEN se realiza em Portugal, os nossos árbitros são remetidos para a linha de golo.

Outra questão importante é a organização dos treinos. Essa cabe sem dúvida ao treinador, que até aqui tem insistido nos treinos ao fim-de-semana. É certo que são mais “fáceis” e permitem um maior ajuste à agenda dos seleccionados, no entanto, para se ser melhor é preciso treinar mais e já todos os desportos deram provas de que mais treinos = mais rendimento. Assim sendo, treinos bi-diários já vêm tarde para esta modalidade que assenta tanto na capacidade física dos jogadores.

Coloca-se o problema: “Com treinos às 6h da matina os seleccionados não aparecem!”.
Muito bem, estão no seu direito.
Solução: Deixam de ser seleccionados. Há por aí mt jovem que não se importa de treinar a essas horas e certamente que esses a treinarem duas vezes por dia (6 vezes por semana) irão render mt mais que qualquer outro a treinar apenas 4/5 vezes por semana. (Como em tudo na vida à excepções, no entanto, nos actuais seleccionados se houver 3 predestinados, que mesmo sem treinar rendem, já é mt bom).

Pronto, queria apenas deixar a minha opinião que não é de todo destrutiva (à excepção da questão de arbitragem que para mim terá de começar do zero) mas sim construtiva.

Boa sorte à selecção.

3 comentários:

Anónimo disse...

Gostei da critica (construtiva), embora não concorde na questão das idades.
O desempenho máximo atinge-se dependendo da modalidade que se pratica.
Num jogo colectivo, entram factores que não encontramos numa modalidade individual, como por exemplo a experiência, ou por outras palavras, o conhecimento do jogo.
Quantos mais anos jogarmos, mais aprofundado será o nosso conhecimento do jogo.

Por exemplo, Bompa (1996), define que o desempenho máximo na natação atinge-se entre os 20-24 anos. No Polo Aquático, o mesmo autor, defende que é entre os 23-26 anos.

No entanto grandes nomes do Water Polo mundial têm hoje bem mais de 26 anos, ex: Sapic (29); Kasas (34); Ivan Perez (35); Kiss Gergely (30);o próprio Manuel estiarte quando se retirou em 2000 tinha 39 anos.

Os anos jogados, contam muito em qq jogo colectivo, e se um jogador mais velho estiver bem fisicamente, naturalmente a sua experiência será um factor determinante dentro de água.

Por isso não concordo que uma média de 29 anos seja muito elevada. Penso é que devem existir objectivos e planeamentos pluri-anuais.

Na minha opinião, na situação que está a modalidade, deve-se planear e trabalhar para 2 ou 3 ciclos olimpicos.
Mas como o trabalho é considerado de uma forma geral bom...

Water Polo Tuga disse...

Obrigado pelo comentário!

Quanto à questão das idades, como referi não tem qualquer suporte científico ou bibliográfico, apenas fiz uma amostragem de equipas de topo (Sérvia, Hungria e Croácia) e as médias de idades dos 13 convocados rondam os 26/27 anos.

Cumps

Anónimo disse...

so uma questao!!como pode o seleccionador ter mais informaçao que outra qualquer pessoa se nem um unico jogo ve ? por videos ? fotos? ou olheiros que lhe transmitem informaçoes?
obrigado
antonio serqueira